Nomophobia
O que é: a ansiedade
que surge por não ter acesso a um dispositivo móvel. O termo
“Nomophobia” é uma abreviatura de “no-mobile phobia” (medo de ficar sem
telefone móvel). Sabe aquela horrível sensação de estar desconectado
quando acaba a bateria do seu celular e não há tomada elétrica
disponível? Para alguns de nós, há um caminho neural que associa
diretamente essa sensação desconfortável de privação tecnológica a um
tremendo ataque de ansiedade. A nomophobia é o aumento acentuado da
ansiedade que algumas pessoas sentem quando são separadas de seus
telefones. E não se engane, pois não se trata de um #FirstWorldProblem
(problema de primeiro mundo). O distúrbio pode ter efeitos negativos
muito reais na vida das pessoas no mundo todo. E é mais intenso nos
heavy users de dispositivos móveis Tanto que essa condição encontrou seu
caminho na mais recente edição doDiagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-5,
ou Manual Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais) e levou a um
programa de tratamento dedicado à Nomophobia no Centro de Recuperação
Morningside em Newport Beach, Califórnia.
“Estamos condicionados a prestar atenção às notificações dos nossos telefones”, disse Rosen. “Somos como os cães de Pavlov,
de certa forma. Você vê as pessoas pegarem seus celulares e dois
minutos depois fazerem a mesma coisa, mesmo que nada tenha ocorrido.
Isso é impulsionado pela ação reflexa, bem como pela ansiedade para se
certificar de que não ter perdido nada. É tudo parte da reação FOMO
(Fear Of Missing Out, ou medo de estar perdendo algo).”
Síndrome do toque fantasma
O
que é: quando o seu cérebro faz com que você pense que seu celular está
vibrando no seu bolso (ou bolsa, se você preferir). Alguma vez você já
tirou o telefone do bolso porque o sentiu tocar e percebeu depois que
ele estava no silencioso o tempo todo? E, ainda mais estranho, ele nem
estava no seu bolso para começo de conversa? Você pode estar delirando
um pouco, mas não está sozinho. Segundo o Dr. Larry Rosen, autor do livro iDisorder, 70% dos heavy users (usuários
intensivos) de dispositivos móveis já relataram ter experimentado o
telefone tocando ou vibrando mesmo sem ter recebido nenhuma ligação.
Tudo graças a mecanismos de resposta perdidos em nossos cérebros.
“Provavelmente sempre sentimos um leve formigamento no nosso bolso. Há
algumas décadas nós teríamos apenas assumido que isso era uma leve
coceira e teríamos coçado”, diz Rosen em entrevista ao TechHive. “Mas
agora, nós configuramos o nosso mundo social para girar em torno dessa
pequena caixa em nosso bolso. Então, sempre que sentimos um
formigamento, recebemos uma explosão de neurotransmissores do nosso
cérebro que podem causar tanto ansiedade quanto prazer e nos preparam
para agir. Mas ao invés de achar que é uma coceira, reagimos como se
fosse o telefone que temos que atender prontamente”, completa. No
futuro, com a computação vestível, há o risco da doença evoluir para
novas formas, como, por exemplo, usuários de Google Glass começarem a
ver coisas que não existem porque seu cérebro está ligado a sinais
típicos do aparelho.
Náusea Digital (Cybersickness)
O
que é: a desorientação e vertigem que algumas pessoas sentem quando
interagem com determinados ambientes digitais. A última versão do iOS,
sistema operacional móvel da Apple, é uma reivenção plana, versátil e
bonita da interface do usuário móvel. Infelizmente, ela também faz as
pessoas vomitarem e forneceu o mais recente exemplo da doença. Assim que
a nova versão do iOS foi liberada para os usuários de iPhone e iPad no
mês passado, os fóruns de suporte da Apple começaram a encher com reclamações de pessoas que sentem desorientação e náuseas depois de usar a nova interface.
Isso tem sido atribuído em grande parte ao efeito que faz com que os
ícones e a tela de abertura pareçam estar se movendo dentro de um mundo
tridimensional abaixo do visor de vidro. Essas tonturas e náuseas
resultantes de um ambiente virtual foram apelidadas de ciberdoença. O
termo surgiu na década de 1990 para descrever a sensação de
desorientação vivida por usuários iniciais de sistemas de realidade
virtual. É basicamente o nosso cérebro sendo enganado e ficando enjoado
por conta da sensação de movimento quando não estamos realmente nos
movimentando.
Depressão de Facebook
O que é: a depressão
causada por interações sociais (ou a falta de) no Facebook. Os seres
humanos são criaturas sociais. Então você pode pensar que o aumento da
comunicação facilitada pelas mídias sociais faria todos nós mais felizes
e mais contentes. Na verdade, o oposto é que parece ser verdade. Um
estudo da Universidade de Michigan mostra que o grau de depressão entre
jovens corresponde diretamente ao montante de tempo que eles gastam no
Facebook. Uma possível razão é que as pessoas tendem a postar apenas as
boas notícias sobre eles mesmos na rede social: férias, promoções, fotos
de festas, etc. Então é super fácil cair na falsa crença de que todos
estão vivendo vidas muito mais felizes e bem-sucedidas que você (quando
isso pode não ser o caso). Tenha em mente que esse crescimento da
interação das mídias sociais não tem que levar ao desespero. O Dr. Rosen
também conduziu um estudo sobre o estado emocional dos usuários do
Facebook e identificou que, enquanto realmente há uma relação entre o
uso do Facebook e problemas emocionais como depressão, os usuários que
possuem um grande número de amigos na rede social mostraram ter menor
incidência de tensão emocional. Isso é particularmente verdade quando o
uso da mídia social é combinado com outras formas de comunicação, como
falar ao telefone. Moral da história: 1) não acredite em tudo o que seus
amigos postam no Facebook e 2) pegue o telefone de vez em quando.
Transtorno de Dependência da Internet
O
que é: uma vontade constante e não saudável de acessar à Internet. O
Transtorno de Dependência da Internet (por vezes referido como Uso
Problemático da Internet) é o uso excessivo e irracional da Internet que
interfere na vida cotidiana. Os termos “dependência” e “transtorno” são
um pouco controversos na comunidade médica, já que a utilização
compulsiva da Internet é vista frequentemente como sintoma de um
problema maior, em vez de ser considerada a própria doença.
“Diagnósticos duplos fazem parte de tratamentos, de modo que o problema
está associado a outras doenças, como depressão, TOC, Transtorno de
Déficit de Atenção e ansiedade social”, diz a Dra. Kimberly Young. A
médica é responsável pelo Centro de Dependência da Internet, que trata
de inúmeras formas de dependência à rede, como o vício de jogos online e
jogos de azar, e vício em cibersexo. Além disso, ela identificou que
formas de vício de Internet geralmente podem ser atribuídas a “baixa
autoestima, baixa autossuficiência e habilidades ruins”.
Vício de jogos online
O
que é: uma necessidade não saudável de acessar jogos multiplayer
online. De acordo com um estudo de 2010 financiado pelo governo da
Coreia do Sul, cerca de 18% da população com idades entre 9 e 39 anos
sofrem de dependência de jogos online. O país inclusive promulgou uma
lei chamada “Lei Cinderela”, que corta o acesso a games online entre a
meia-noite e às 6 da manhã para usuários com menos de 16 anos em todo o
país. Embora existam poucas estatísticas confiáveis sobre o vício em
videogames nos Estados Unidos, o número de grupos de ajuda online
especificamente destinados a essa aflição aumentou nos últimos anos.
Exemplos incluem o Centro para Viciados em Jogos Online e o Online
Gamers Anonymous, que formou o seu próprio programa de recuperação de 12
passos. Embora a atual edição do Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders não reconheça o vício em jogos online como um
transtorno único, a Associação Psiquiátrica Americana decidiu incluí-lo
em seu índice (ou seção III), o que significa que estará sujeito a mais
pesquisa e pode eventualmente ser incluído junto a outras dependências
não baseadas em substâncias químicas, como o vício em jogos de azar.
“Quando você é dependente de algo, seu cérebro basicamente está
informando que precisa de certas substâncias neurotransmissoras,
particularmente a dopamina e a serotonina, para se sentir bem”, diz o
Dr. Rosen. “O cérebro aprende rapidamente que certas atividades vão
liberar essas substâncias químicas. Se você é um viciado em jogos de
azar, tal atividade é o jogo. Se você é um viciado em jogos online,
então a atividade é jogar vídeogames. E a necessidade de receber os
neurotransmissores exige que você faça repetidamente a atividade para se
sentir bem.”
Cibercondria, ou hipocondria digital
O que
é: a tendência de acreditar que você tem doenças sobre as quais leu
online. O corpo humano é um magnífico apanhado de surpresas que
constantemente nos presenteia com dores misteriosas, aflições e pequenos
inchaços que não estavam ali da última vez que verificamos. Na maioria
das vezes, essas pequenas anormalidades não dão em nada. Mas os vastos
arquivos de literatura médica disponíveis online permitem que a nossa
imaginação corra solta em todos os tipos de pesadelos médicos! Teve uma
dor de cabeça? Provavelmente não é nada. Mas, de novo, a WebMD diz que
essas dores de cabeça são um dos sintomas de tumor no cérebro. Há uma
chance de você morrer muito em breve! É esse o tipo de pensamento que
passa pela cabeça de um cibercondríaco – que juntam fatores médicos para
chegar às piores conclusões possíveis. E isso está longe de ser
incomum. Em 2008, um estudo da Microsoft descobriu que autodiagnósticos
feitos a partir de ferramentas de busca online geralmente levam os
“buscadores aflitos” a concluir o pior. A hipocondria sempre existiu,
claro, mas antes as pessoas não tinham a Internet para ajudar a
pesquisar informações médicas às três da manhã. A cibercondria é apenas
uma hipocondria com conexão banda larga. “A Internet pode exarcebar os
sentimentos existentes de hipocondria e, em alguns casos, causar novas
ansiedades. Porque há muita informação médica lá fora, e algumas são
reais e válidas e outras contraditórias”, disse o Dr. Rosen. “Mas, na
Internet, a maioria das pessoas não pratica a leitura literal da
informação. Você pode encontrar uma maneira de transformar qualquer
sintoma em milhares de doenças terríveis. Você alimenta essa sensação de
que está ficando doente.”
O efeito Google
O que é: a
tendência do cérebro humano de reter menos informação porque ele sabe
que as respostas estão ao alcance de alguns cliques. Graças à Internet,
um indivíduo pode facilmente acessar quase toda a informação que a
civilização armazenou ao longo de toda sua vida. Acontece que essa
vantagem acabou alterando a forma como nosso cérebro funciona.
Identificada algumas vezes como “The Google Effect” (ou efeito Google)
as pesquisas mostram que o acesso ilimitado à informação faz com que
nossos cérebros retenham menos informações. Ficamos preguiçosos. Em
algum lugar do nosso cérebro está o pensamento “eu não preciso memorizar
isso porque posso achar no Google mais tarde”. Segundo o Dr. Rosen, o
Efeito Google não é necessariamente uma coisa ruim. Ele poderia ser
visto como o marco de uma mudança social, uma evolução que apontaria
para o nascimento de uma população mais esperta e mais informada. Mas
também é possível, admite ele, que tenha resultados negativos em certas
situações. Por exemplo, um jovem adolescente não memorizar a matéria das
provas porque ele sabe que a informação estará no Google quando ele
precisar, diz o médico.
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