A Playboy acaba de emitir um comunicado onde desmente a notícia, veiculada esta quinta-feira em diversos meios de comunicação, sobre a intenção da Playboy Entertainment em rescindir o contrato com a edição portuguesa da revista por causa da capa da última edição.
"Até à data não existe qualquer notificação por parte da Playboy Enterprises, bem como não existe qualquer tipo de motivo em intenção de encerrarmos o título", sublinha a Frestacom, responsável pela publicação em Portugal. "A revista de Agosto estará nas bancas em breve", acrescenta.
A notícia foi lançada em Portugal pelo Correio da Manhã, que cita Theresa Hennessy, vice-presidente da Playboy Entertainment, que em declarações ao site norte-americano Gawker não poupou críticas à capa que pretende homenagear o livro 'Evangelho Segundo Jesus Cristo': "Não vimos nem aprovámos a capa e restantes fotografias do número de Julho da 'Playboy Portugal'.
Em comunicado, a Frestacom esclarece a escolha do tema central da revista:
«Portugal, e o mundo da literatura ficaram mais pobres com o desaparecimento do Nobel e a Playboy presta-lhe uma última homenagem na sua edição de Julho. Preparamos uma entrevista especial concedida à nossa revista anos antes da sua morte e uma produção inspirada na sua controversa obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”.
Jesus, que foi contra as leis e ideais sociais do seu tempo, convivendo e tratando com respeito todas as mulheres e homens, ainda assiste a vários abusos em pleno século XXI.
Em 2010 encontramos uma “paz podre” que permite o abuso das mulheres defendidas por Jesus mas ignoradas pela sociedade. Sociedade essa que permite, em silêncio, aceitação e conformismo, o desrespeito pelos direitos mais fundamentais das mulheres. A produção de capa espelha esse mesmo abuso calado com a inversão da Pietá. Desta vez é Jesus quem ampara as mulheres.
Não pretendemos provocar. Se José Saramago teve em vida o mérito de receber um Nobel será porque a sua obra é respeitada, apreciada e portanto merecedora de tal homenagem.
A revista iniciou um caminho mais artístico e interventivo. Todos nós conhecemos a expressão “uma imagem vale mais do que mil palavras” e, neste caso, o nosso trabalho está a ser desenvolvido nesse sentido executando uma revista com conteúdos fortes e produções que transmitem mensagens igualmente fortes, sem necessidade de legendas.
Ironicamente, muitas reportagens que a Playboy tem vindo a publicar mostram detalhes sociais bem mais graves que um mero ensaio artístico. Trabalhos como o “Tráfico de Diamantes em Portugal” ou o “Escândalo do BPP” não provocaram qualquer reacção no público ou nas entidades competentes.
Aparentemente, algumas pessoas ainda não captaram a verdadeira essência e conceito da revista: é uma marca forte, de grande notoriedade, facto que lhe permite ter uma voz socialmente activa.
Nesta produção em especial, inspirados na obra de José Saramago, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, procurámos reposicionar os “pecados” cometidos cada vez mais na nossa sociedade perante olhares desatentos.
O que mais uma vez nos espanta é a atenção dada ao imediato em detrimento da análise profunda.
Os índices de pobreza, criminalidade, prostituição, violência e preconceito sobem a cada dia que passa, e este é um ensaio que chama a atenção para estes flagelos.
A Playboy convive diariamente com o seu passado de intervenção e não necessita de “alavancas” ou “estratégias duvidosas” para promover a sua qualidade.
Fizemos e orgulhamo-nos de um ensaio original e, mais uma vez, único em Portugal.»
Fonte: CM / Frestacom
sexta-feira, 9 de julho de 2010
Playboy Portugal desmente notícias sobre suspensão da publicação
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