sábado, 6 de março de 2010


Escolhas profissionais não dependem da personalidade

Estudo realizado na Universidade de Cádiz




Dois em três estudantes não sabem que carreira escolher
Dois em três estudantes não sabem que carreira escolher
Investigadores da Universidade de Cádiz, Andaluzia (Espanha), estudaram a relação existente entre preferências profissionais e personalidade, baseada em entrevistas e questionários, realizados em 735 alunos de escolas secundárias da área. Os resultados publicados no jornal «Psychological Reports» indicaram que a personalidade não influencia na escolha de uma carreira.
“Os dados mostraram-nos que não há uma relação significativa entre a escolha do curso universitário (vocação) e traços de personalidade. Os questionários foram considerados como informação relevante para o processo de orientação para a escolha da carreira”, disse ao Serviço de Informação e Notícias Científicas (SINC) Manuel Antonio García Sedeño, investigador principal do estudo e docente em Psicologia Evolutiva e da Educação, na Universidade de Cádiz.

Os participantes do estudo foram seleccionados ao longo do ano lectivo 2004-2005 aleatoriamente por um professor na província de Cadiz. No total, 735 estudantes de educação secundária obrigatória, dos quais 371 eram do sexo masculino (50,5 por cento) e 364 mulheres (49,5 por cento), entre os 17 e 20 anos.

Para descobrir a vocação dos alunos usou-se o questionário 'Kuder-C’ – que avalia interesses profissionais dentro de dez áreas diferentes: científica, mecânica, literária, artística, persuasiva, musical, administrativa, assistência social, aritmética e “fora de portas”. Também foi usado o Cattell, que avalia a factores da personalidade para obter resultados relacionados com habilidade de liderança e criatividade, assim como flutuações na motivação.

Alunos responderam a questionários para saber vocação
Alunos responderam a questionários para saber vocação
Para além disso, os participantes ainda tiveram de responder se gostariam de estudar entre 52 cursos universitários. À variação foi-lhe dado o nome de“licenciatura” e criaram dois grupos diferentes baseados em preferências: Ciência, Tecnologia e Humanidades e Ciências Sociais.

“Dois entre três jovens com idade para iniciar a universidade não faz a menor ideia de que curso deve seguir, e, por isso, é que se devem usar ferramentas de orientação”, explicou García Sedeño.

Arte não é convicção

Os dados recolhidos mostraram que o sexo dos indivíduos “não é uma variável importante entre os traços de personalidade e os tópicos preferidos num curso universitário”. Os investigadores relacionaram extroversão com mecânica, aritmética e persuasão. Mas, por outro lado, fortes convicções são vistas como um factor negativo no campo artístico.

A equipa concluiu que aqueles que mostraram traços de independência reagem negativamente ao trabalho persuasivo e em mostrar interesse pela assistência social. Várias teorias no desenvolvimento de uma carreira profissional foram revistas e classificadas segundo conceitos de ‘maturidade profissional’ (capacidade de decisão sobre a vida em geral e a carreira em particular) e ‘relevância’ (o valor atribuído ao papel que cada indivíduo desempenha na sua vida). Este estudo está integrado numa série de projectos de orientação profissional e motivação na Universidade de Cádiz

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