quarta-feira, 31 de março de 2010

Cientistas portugueses ajudam a desenvolver mão robótica


HANDLE engloba equipa multidisciplinar europeia


HANDLE tem aplicações médicas e robóticas
HANDLE tem aplicações médicas e robóticas
Cientistas europeus estão a criar uma mão robótica inteligente capaz de identificar e manipular todo o tipo de objectos, como se de uma mão humana se tratasse.

Da equipa multidisciplinar deste projecto europeu, o HANDLE, fazem parte investigadores portugueses do Instituto de Sistemas e Robótica (ISR) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

O HANDLE, liderado pela Universidade Pierre e Marie Curie, em Paris, tem um orçamento de seis milhões de euros suportado pela União Europeia, e além de Portugal, envolve cientistas do Reino Unido, Espanha, Suécia e Alemanha.
O trabalho da equipa de Coimbra foca-se sobretudo no estudo da percepção de objectos e no desenvolvimento de modelos matemáticos que serão usados na nova geração de mãos robóticas.

Os investigadores estão a estudar todos os dados sensoriais envolvidos na manipulação de objectos e a desenvolver sofisticados algoritmos de software que processem toda a informação e reproduzam a acção da mão humana.

O maior desafio é mesmo este: transpor para os computadores os modelos biológicos de manipulação. “É uma explosão de complexidade. A mão é um órgão sensitivo-motor com uma grande complexidade de função. Perceber todos os movimentos e articulações da mão e conceber sistemas artificiais capazes de os mimetizar, de forma sincronizada e consecutiva, é de uma dificuldade extrema”, revela Jorge Dias, coordenador em Coimbra, do estudo iniciado há um ano.

Equipa portuguesa foca-se na percepção de objectos
Equipa portuguesa foca-se na percepção de objectos
A equipa europeia envolvida no HANDLE está a“adicionar inteligência, autonomia e destreza às actuais mãos robóticas mecânicas para que, no futuro, tenhamos uma mão inteligente (recheada de sensores, músculos e tendões artificiais) capaz de identificar um objecto, perceber a sua função e manuseá-lo correctamente. Por exemplo, reconhecer uma tesoura, saber para que é utilizada e manipulá-la de forma segura para não provocar qualquer tipo de acidente ”, explica o cientista da FCTUC que alerta: “Para atingir esse objectivo há ainda um longo trabalho de computação de elevada complexidade, de integração de tecnologias e de validação de técnicas”.
Com distintos cenários de aplicação identificados, nomeadamente da medicina (tanto para próteses avançadas como para cirurgia ou reabilitação) estão mão inteligente é ainda “uma peça chave para que os robôs humanóides possam efectuar tarefas com elevado nível de exigência, onde não há espaço para falhas”, conclui Jorge Dias.

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